2/10/2006


Parlamentares do PSDB defenderam ontem a convocação, pela CPI dos Correios, do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, para explicar as investigações da Polícia Federal sobre a autenticidade da lista de Furnas. "As apurações estão sendo feitas há meses e o ministro deve responder por isso. Neste momento, apenas Thomaz Bastos pode dizer que a lista é falsa. O PSDB não abre mão da realização de uma audiência com Bastos no Congresso", justificou o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP).CALÚNIA - Em sessão administrativa, a CPI aprovou, em votação simbólica, a convocação do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo e do publicitário Duda Mendonça. Na avaliação do relator-adjunto da comissão, deputado Eduardo Paes (RJ), o depoimento de Toledo é uma resposta política à sociedade, uma vez que ele próprio já declarou que a chamada lista de Furnas é uma fraude. A data das oitivas ainda não foi marcada.Paes afirmou que a vinda do ministro da Justiça ao Congresso não é uma tentativa de politizar a questão. "Não podemos permitir que a dúvida permaneça, muito menos manter todos os parlamentares da oposição sob suspeita."O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também destacou a necessidade da convocação de Bastos. "O ministro, que já declarou ao governador Aécio Neves que a lista é falsa, se apequena quando insiste em manter silêncio público sobre o caso e não se coloca à disposição do Congresso para os devidos esclarecimentos", criticou.De acordo com o senador, as declarações dúbias do superintendente da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, sobre a veracidade da relação de nomes e o sigilo de Bastos alimentam especulações. "A calúnia precisa ser derrotada", afirmou. Para Virgílio, ninguém dá credibilidade à lista apócrifa, incluindo a imprensa e o presidente Lula. "Senão ele teria demitido os ministros das Comunicações, Hélio Costa, e o da Saúde, Saraiva Felipe, assim que soube da presença deles na lista de Furnas. A menos que Lula esteja protegendo corruptos", acrescentou.

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